A Vila

THE VILLAGE: Uma produção cinematográfica que une Rito, Mito e Símbolo de maneira cativante a um enredo totalmente surpreendente.
Alexandre Sousa de Jesus1

Em 2004, o mesmo diretor das produções cinematográficas “O Sexto sentido”, “Corpo
Fechado” e “Sinais”, conduziu o longa-metragem The Village (A Vila), que foi indicado ao
Oscar como melhor Trilha Sonora. Não poderia se esperar outro efeito de um filme dirigido por M. Night Shyamalan, uma das referências na categoria Suspense. Há uma envoltura dos espectadores com o enredo que é cheio de mistérios e com os personagens, repletos de segredos. Elogios comuns a parte, é inevitável coligar a história dos moradores da vila Walker com os estudos da ciência da religião e seus tópicos de análise: o rito, o mito, a linguagem religiosa e os símbolos.2
A vila estruturada nos moldes do século XVIII-XIX é o resultado de uma escolha de um grupo de pessoas que passaram por diversas decepções e percas devido a violência urbana3.
Almejando uma vida melhor, este grupo migra para uma floresta e constrói um sistema social baseado em valores antepassados. O retrocesso intencional do tempo proporcionou a retirada do racionalismo como crivo de avaliação e conhecimento. Por sua vez eram utilizadas explicações míticas e os símbolos eram elaborados para apoiarem tais justificativas. Apenas o grupo que iniciou “A Vila”(chamados de anciãos) tinham experiência de vida para além das delimitações da floresta em que viviam. Devido a uma trágica emergência, os moradores são impelidos em uma crise de escolha, em que a vida de um dos habitantes depende da ajuda que vem de fora. Ivy Walker, personagem que protagoniza a trama, é uma deficiente visual que nasceu e cresceu na vila. Para salvar a vida de seu amante ela vence os seu medos e limitações e enfrenta a jornada para se chegar até a cidade mais próxima. Mesmo sem poder enxergar ela é atormentada pela carga negativa, em que ela foi ensinada a acreditar, da floresta.