A vida de PI

Yann Martel é um escritor desinspirado que encontra finalmente a história que precisa de contar numa viagem à Índia. Toma conhecimento da fantástica história de sobrevivência de Piscine Molitor Patel (nome de uma piscina francesa), abreviadamente Pi. A narrativa passa a ser contada na primeira pessoa por Pi, e o livro tem três partes distintas: na primeira, ficamos a par da infância/adolescência de Pi na Índia, quando a sua família era dona de um jardim zoológico e Pi descobriu a religião pela primeira vez; a segunda parte, a maior e central da história, relata o naufrágio do navio onde Pi e a família rumavam ao Canadá e a difícil luta pela sobrevivência que travou ao longo de meses; a terceira e última parte é a que dá todo o sentido ao que acabámos de ler.

O livro é duro, por vezes cruel, e mostra o que é preciso fazer para se sobreviver, e aqui o realismo atinge o leitor com descrições fortes e que nos levarão a pensar sobre os limites que poderão ser quebrados perante a necessidade de sobrevivência.

O livro retrata a solidão/sobrevivência humana com grande realismo
Este livro já chegou ao Brasil causando polêmicas, pois o autor foi acusado, inicialmente, de plagiar a obra Max e os Felinos, do brasileiro Moacyr Scliar, pois ambos partem do mesmo ponto temático – um navio que afunda, um bote e um felino. Esta controvérsia se tornou mais acirrada quando Martel conquistou o prêmio máximo da literatura inglesa, o Booker Prize de 2002.
Embora ele confesse que retirou alguns elementos de Scliar, o próprio brasileiro reconhece que o livro de Martel não é, de forma alguma, um plágio. No final de 2004 esta discussão foi concluída depois que o canadense conversou por telefone com o autor de Max e os Felinos.
Apesar de crescer numa família pouco espiritual, Pi teve a necessidade de se aventurar nesse meio. Isto é um pouco da primeira parte do livro.

No dia 21 de Junho embarcam, a 2 de Julho, o navio naufraga

“O Cristo na cruz morreu sufocado, mas a única