a velhice feminina

NÃO SOMOS VELHAS, TORNAM-NOS.
Thais Helena Martins Spinelli
RESUMO

Procuramos abarcar a frase de Simone de Beauvoir que abre seu livro O Segundo sexo, "Ninguém nasce mulher. Torna-se mulher", a partir de suas discussões sobre “A Velhice”, desnaturalizando os mitos femininos cultivados ao longo do tempo sobre a suposta “natureza perversa da mulher”. Como resultado da desigualdade de gênero na expectativa de vida, e a existência de uma maior proporção de mulheres do que de homens com idade avançada. Os problemas e mudanças que acompanham essa etapa de vida são predominantemente femininos, pelo que se pode dizer que a velhice se feminilizou. As mulheres são discriminadas não só por serem mulheres, mas também por serem velhas. Este artigo debate aspectos em que as mulheres se veem afetadas ao envelhecer.

Palavras-chave: Mulher; Velhice; Feminismo.

INTRODUÇÃO.

O envelhecimento da população mundial é um fato recente. Uma população envelhece quando se registra um acréscimo considerável da proporção de indivíduos rotulados como de idade avançada no total dessa população. O indicador comumente usado é a proporção da população idosa, de 65 anos ou mais. Até alguns anos atrás, abordar a velhice nas sociedades modernas era delinear um gráfico de perda de status social dos velhos; a industrialização teria aniquilado a segurança econômica e as afinidades estreitas entre as gerações na família, que vigoravam nas sociedades tradicionais.
Dessa perspectiva, a situação atual, em que os velhos se transformam em um peso para a família e para o Estado, opunha-se a uma Idade de Ouro em que eles, dada sua sabedoria e experiência, eram membros respeitados na família e na comunidade. O empobrecimento, a perda de papéis sociais e os preconceitos marcariam a velhice nas sociedades modernas, e os desamparariam a uma existência sem significado.
Essas mudanças no curso da vida adulta indicam transformações na maneira quanto à vida como um todo é periodizado e que