A PRESENÇA DE AFRICANISMOS NA LÍNGUA PORTUGUESA DO BRASIL

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A PRESENÇA DE AFRICANISMOS NA LÍNGUA PORTUGUESA DO BRASIL

Cada indivíduo acaba absorvendo elementos culturais de seu meio, e daí ocorre, tipicamente, uma aprendizagem incidental, que pode envolver observação e imitação. A interferência linguística é um dos aspectos da aculturação. O índio, elemento oriundo da terra onde se encontra, foi o primeiro a aprender o português. Mas foi quase simultânea a aprendizagem por eles e pelos negros, uma vez que este foi logo introduzido no contexto em que o índio se encontrava.
Antes que houvesse esse aprendizado, por causa da necessidade de se comunicarem, surgiu uma linguagem de gente inculta, denominada crioulo, ou semicrioulo. Tanto os senhores como os escravos precisavam entender e se fazerem entendidos e, em razão disso, falavam de um modo deficiente, simplificado. Silva Neto afirma que, graças à escola e à influência das altas classes, essa linguagem foi desaparecendo em benefício de uma linguagem culta e aperfeiçoada. Para esse linguista, a influência africana, assim como outras, no português do Brasil, tem sempre sido exagerada, talvez pelo desejo de exaltar a riqueza do nosso vocabulário ou de demonstrar a diferença que resultaria no reconhecimento de uma língua brasileira, uma vez que esta foi sempre comparada com o português de Portugal.
Essa junção de raças e meios sociais contribuiu para diversificar e diferenciar a língua portuguesa do Brasil daquela trazida pelo colonizador português. Outro fator que contribuiu para a nossa diferenciação dialetal foi a substituição do trabalho escravo pelo assalariado, afastando, então, o branco da convivência com a maioria da população negra.
Acreditava que não era influência do negro a troca do l pelo r (como acontece em flor/ fror, etc), porque justamente o negro tinha dificuldade em pronunciar o r brasileiro, acabando por fazer o processo contrário: trocar o r pelo l, ou desfazendo o encontro consonantal, como em

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