A POSSIBILIDADE DA IMPOSSIBILIDADE DE EXISTIR UM CISNE NÃO-BRANCO: UM ESTUDO SOBRE A METODOLOGIA CIENTÍFICA DE KARL POPPER
DE EXISTIR UM CISNE NÃO-BRANCO:
UM ESTUDO SOBRE A METODOLOGIA
CIENTÍFICA DE KARL POPPER
Bruno Silveira de Oliveira1
RESUMO
O artigo questiona a crítica de Popper à utilidade do método indutivo, reconhecendo-o como uma indispensável ferramenta na construção de uma teoria científica. Ao mesmo tempo, desafia o dedutivismo, tão festejado por Popper, indagando a origem dos princípios da lógica dedutiva e sugerindo que esses mesmos princípios não hajam sido senão induzidos da maneira por que percebemos a experiência. Mas demonstraremos que essa indução dos princípios da lógica-dedutiva não está esculpida no espaço-tempo. Assim, aberto estará o caminho para buscarmos desindexar da racionalidade o dedutivismo, procurando separar o racional do irracional de outro modo. O autor é professor de Direito Civil e Processual Civil das Faculdades Integradas de Vitória, professor de Direito Civil do Curso Preparatório para
Concursos das Faculdades Integradas de Vitória, professor de Direito
Civil do Centro Universitário Vila Velha, e Mestrando em Direitos e
Garantias Constitucionais pelas Faculdades Integradas de Vitória.
PALAVRAS-CHAVE: epistemologia; Popper; indução.
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Professor de Direito Civil e Processual Civil da Faculdade de Direito de Vitória (FDV), professor de Direito Civil do Curso Preparatório para Concursos da FDV, professor de
Direito Civil do Centro Universitário Vila Velha, e Mestrando em Direitos e Garantias
Constitucionais pela FDV.
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8/6/2006, 17:52
BRUNO SILVEIRA DE OLIVEIRA
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INTRODUÇÃO
O
presente trabalho tem por escopo demonstrar que a base da metodologia científica de Karl Popper, culminante na sugestão da falseabilidade como critério de demarcação científica e arraigada no que o próprio autor chamara de “o problema da indução”, é uma equivocada concepção do papel que o raciocínio indutivo exerce na construção dos suportes