A paixao no banco dos reus

1º CASO
Pontes Visgueiro e Maria da Conceição
Em 14 de agosto de 1873, José Cândido de Pontes, Desembargador da Relação, aos 62 anos de idade, matou Maria da Conceição, conhecida por "Mariquinhas", de 17 anos, por quem estava apaixonado, movido pelo ciúme e pela impossibilidade de obter a felicidade da moça, que era prostituta.
O Desembargador havia nascido em 13 de outubro de 1811, na Vila de Maceió, então comarca de Alagoas, vinculada à província de Pernambuco.
Aos 18 meses, foi acometido de uma febre maligna que o impediu de ouvir e falar até os 5 anos de idade. Aos poucos conseguiu recuperar a voz e a audição, mas aos 15 anos perdeu novamente parte da audição, vindo a tornar-se completamente surdo aos 40 anos.
Estudou em um seminário em Olinda, mas não segui carreira. Também estudou Direito, mas seu pai o transferiu pra São Paulo.
Formado, voltou para sua terra natal e foi ser Juiz de Direito. Visgueiro era corajoso e idealista, e quanto à sua privada não notícias que o comprometessem.
O relacionamento com Mariquinhas, começou em 1872. A moça tinha 15 anos e já contava com o apelido de "Mariquinhas". Sua mãe agia como proxeneta, tirando tirando bons proveitos dos amantes a filha, mas, quando esta iniciou sua ligação com o Desembargador, a genitora passou a reprovar as outras ligações da menina.
Ele tinha muito ciúme de "Marquinha", e no começo de 1873, houve um furto de centenas de mil-réis da residência do Desembargador e a suspeita recaiu sobre "Mariquinhas". A partir daí passou a planejar vingança, dar surra e chegou a pedir o Tenente Antônio Feliciano Peralles Falcão para arranjar alguém afim de executar o serviço.
Visgueiro conseguiu o mulato Guilhermino Borges, homem forte com 30 anos, no intuito de dominar a moça fisicamente. Por essa época, Visgueiro encomendou um caixão de zinco ao funileiro, outro de cedro a um carpinteiro e uma grande quantidade de clorofórmio. No dia 14 de agosto de 1873, Visgueiro executou o crime que já vinha