A NOÇÃO DE DESAMPARO PSÍQUICO COMO FUNDAMENTO DAS FANTASIAS DE ABANDONO EM CASOS DE ADOÇÃO: A importância dos contos de fadas

A NOÇÃO DE DESAMPARO PSÍQUICO COMO FUNDAMENTO DAS FANTASIAS DE ABANDONO EM CASOS DE ADOÇÃO: A importância dos contos de fadas1

João Paulo de Medeiros2
Katarina Milene Targino Pessoa3
Maria Aparecida de França Gomes4

RESUMO

O presente artigo aborda as fantasias inerentes ao processo de adoção, explanando sobre a influencia das histórias infantis enquanto auxílio a crianças adotadas. Com intuito de nomear, suportar seus conflitos básicos, elaborar e ressignificar suas fantasias. Foi realizada uma revisão bibliográfica a cerca do tema, para tanto, foram pesquisados livros, artigos científicos e revistas. Identifica as origens do desamparo humano e seus desejos em relação ao Outro. Apresenta, a partir de leituras da psicanálise, a relevância da fantasia no inconsciente das crianças envolvidas no processo de adoção através da identificação desta com contos de fadas. Mostra através da análise desses contos, tomados como importantes no auxílio da elaboração psíquica destas crianças, que identificam-se com os personagens, expressando ou personificando aspectos de seus dramas internos, sustentando assim traumas relacionados a estas fantasias. Desta forma, conclui-se que através de suas narrativas nos contos de fadas, as crianças adotadas podem elaborar seus conflitos e ressignificar suas fantasias, demonstrando que a prática clínica atua como facilitadora para tornar consciente a trama do sujeito. Salienta a importância dos pais adotivos neste processo de envolvimento da criança com este ambiente lúdico para identificar os conflitos decorrentes do desamparo, agindo como catalizadores no processo, e evitando que as crianças venham a sofrer um novo desamparo.
Palavras-chave: Adoção. Contos de Fada. Desamparo. Psicanálise.

1. INTRODUÇÃO

Segundo Freud, logo ao nascer a criança passa pelo processo de desamparo, sentindo, com isso, a necessidade do Outro e se este se ausenta por um instante, a mesma se sente desprotegida. Sobre esta égide,