a importância da linguagem
(Vygotsky, 1993, p. 5) O surgimento da linguagem na espécie humana é um dos fatores que mais diferencia o homem do animal inferior. No animal há mais uma efusão afetiva do que comunicação. “Um ganso amedrontado, pressentindo subitamente algum perigo, ao alertar o bando inteiro com os seus gritos não está informando aos outros aquilo que viu, mas antes contagiando-os com seu medo”. (Vygotsky, 1993, p. 5). Assim, graças à linguagem é que o desenvolvimento da criança se torna, qualitativamente, diferente da inteligência animal. Esta diferença é determinada, fundamentalmente, pelo fato de que somente o homem pode se apropriar da experiência acumulada pela espécie humana no decurso da história. A linguagem falada implica em um complexo aparelho anatômico-fisiológico, por meio do qual os sons são produzidos: pulmões, laringe, cavidade bucal, lábios, palato e cavidade nasal. A linguagem depende, ainda, do ponto de vista fisiológico, da articulação de áreas cerebrais progressivas pela comunicação simbólica verbal. Isto, entretanto, não é tudo, quando se quer explicar a linguagem em termos do que ela favorece ao desenvolvimento cognitivo humano. Diferentemente dos animais, o desenvolvimento do homem conta com um outro tipo de experiência: a histórico-social, que não coincide com a experiência gerada pela filogênese (hereditariedade), nem com a experiência individual adquirida durante a vida. Lúria (1987) diz que a necessidade de comunicação entre os indivíduos envolvidos num processo de trabalho, socialmente dividido, fez surgir, nos primórdios da humanidade, provavelmente, uma linguagem gestual para depois esta ir- se transformando numa linguagem sonora. Progressivamente, a linguagem gestual foi se