A IMPORTÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO A PARTIR DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

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A IMPORTÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO A PARTIR DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE
Dário Frederico Pasche1
Eduardo Passos2
RESUMO
Este artigo visa apresentar a Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde que completa cinco anos desde sua formulação inicial. A aposta ético-política da PNH é discutida a partir dos desafios colocados no campo da saúde coletiva pelo Sistema Único de Saúde. A definição dos princípios, método, diretrizes e dispositivos da PNH é a ocasião para a problematização da saúde como direito e como processo de produção coletiva.
Palavras-chave: Humanização de serviços; Cuidados de saúde; Políticas públicas de saúde;
Saúde Coletiva.

1 INTRODUÇÃO
Não resta dúvida: o Sistema único de Saúde (SUS) é uma conquista nascida das lutas pela democracia no país que em 1988 ganhou estatuto constitucional. Passados 20 anos inúmeros outros desafios ainda nos convocam para a manutenção da militância no campo da saúde.
No início de 2003, o Ministério da Saúde (MS) decidiu fazer uma aposta na humanização como re-encantamento do SUS. Ainda que timidamente, este tema já se anunciava desde a 11ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 2000, que tinha como título “Acesso, qualidade e humanização da atenção à saúde com controle social”.
De 2000 a 2002, o Programa Nacional de Humanização da Atenção Hospitalar
(PNHAH) – no compasso de outras iniciativas como a Humanização do Parto e da
Saúde da Criança - iniciou ações em hospitais com o intuito de criar comitês de humanização voltados para a melhoria na qualidade da atenção e, mais tarde, com foco também no trabalhador.
Em 2003, com a Política Nacional de Humanização (PNH), se intensifica esta aposta na humanização das práticas de gestão e de atenção (nos modos de gerir e nos modos de cuidar). A PNH emerge, então, no cenário da reforma sanitária brasileira, que se constitui pari passu à construção do campo da saúde coletiva e das experiências de humanização em curso no SUS, às quais

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