a ilha na rua dos passaros

O PARAÍSO DO ABSURDO
PERSONAGENS
Adão –

Ave/Tubarão –

Deus –

Eva –

Serpente –

Vendedor –

Diretora –

CENÁRIO
Um pano ao fundo com o desenho de uma floresta.
Uma pedra ao centro que serve de banco.
Uma árvore bem cenográfica que entra em determinado momento.

ATO ÚNICO
Abrem-se as cortinas. Está tudo escuro. Deus no centro.
DEUS – Light! (acende-se um foco de luz em Deus)
Good. Very good. In the beginning I created the sky and the earth...
DIRETORA – (interrompe) Hum… Hum… Senhor? Com Licença, ó Todo Poderoso.
DEUS – Yes…?!
DIRETORA – É... ó Senhor, esta peça é em português...!
DEUS – What?
DIRETORA – Nós estamos em Portugal...!
DEUS – Portugal? Portuguese? Really?
(Deus pega numa pasta que está no canto e procura por algo. Diretor tenta improvisar)
DIRETORA – É... Olá... Vocês desculpem, mas a culpa não é minha.
Eu disse para Ele ensaiar, mas disseram que Ele era Deus e não precisava de ensaiar...
Olhem só no que deu. Por mim parava já tudo, íamos já todos para casa.
Eu não estou para estar aqui a passar por esta vergonha...
DEUS – (volta) Oh! Here. It is, really... (disfarça)
Digo… É, realmente é em português... Está aqui na minha agenda...

DIRETORA – Pois é e agora?
DEUS – Que pena. Estava com tanta vontade de apresentar nos States.
Na Brodway, ou melhor, Las Vegas, HolyWood.
Eu podia até ficar mais famoso do que já sou. Pelo menos iria aparecer mais...
DIRETORA – (interrompe) Hum… Hum… Senhor, estamos em Portugal...
DEUS – Bem! Agora já que estou aqui, não é?
DIRETORA – É melhor cancelar tudo, e irmos embora.
DEUS – Que cancelar tudo o quê. Não cancela nada. Vamos apresentar este espetáculo.
Eu posso até ser convidado para ir pra TVI. Quem sabe…? Deixa ver se eu encontro a versão em português… eu fui apanhado desprevenido. (volta a procurar na pasta)
DIRETORA – Ainda mais esta agora. Ai, ai, ai, Meu Deus.
DEUS – (contrariado) Seu quê, seu nada! Veja lá se eu sou seu, querem ver esta agora…
Ah...