A história das coisas - resenha critica

A HISTÓRIA DAS COISAS
Resenha Crítica

A abordagem adotada tem como premissa o caráter científico próprio de um trabalho acadêmico, com base no método do materialismo histórico dialético de Marx. Se o mundo é dialético (se movimenta e é contraditório), necessita de um método, uma teoria de interpretação, que consiga servir de instrumento para a sua compreensão, um método de interpretação da realidade, da materialidade e da concreticidade, de uma visão de mundo e práxis (prática articulada a teoria, na busca de compreensão mais consistente e conseqüente da atividade prática – prática esta, eivada de teoria).

Tendo como objetivo final a análise social e jurídica do fenômeno do superendividamento, esta resenha tentará contextualizar de uma forma mais ampla, o tema apresentado no vídeo que trata, principalmente dos aspectos do consumo, mas também da produção, impactos sociais e questões ambientais, e sugere um novo modelo. Tentarei identificar e utilizar algumas categorias marxistas, que embora não explicitadas, aparecem no vídeo, para contribuir na compreensão destes fenômenos, que estão intimamente ligados ao fenômeno do superendividamento, objetivo central da atividade estruturada, também tentarei estabelecer as conexões entre os conteúdos apresentados e o contexto social brasileiro.

A Economia de Materiais e o Sistema Linear de produção é na verdade o Sistema de Produção Capitalista, todas as constatações seguintes são decorrentes deste modo de produção, a evolução dos modos de produção, a contradição da necessidade crescente de capital morto (meios de produção- matérias primas, ferramentas e infra-estrutura) em oposição a decrescente necessidade de capital vivo (trabalho), a superprodução, a concorrência, e a crise são inerentes do sistema. Isto explica, por exemplo, a constatação do vídeo da contradição do sistema linear x planeta finito, e o modelo de produção que necessita de alguns planetas para se reproduzir.