A formacao da classe trabalhadora urbana no recife
A Classe Trabalhadora Urbana no Recife e os Arquivos do Projeto “Memória e Historia (TRT6/UFPE)
Ana Maria Barros dos Santos[1]
As primeiras atividades que se podem chamar de industriais no Brasil, se desenvolveram ainda no período colonial e, se davam dentro do próprio engenho, com a fabricação do açúcar e tudo que se necessitava no processo de seu acondicionamento para exportação. Três séculos depois, no início do século XIX, vão surgir as primeiras fábricas. Constituíam-se de estabelecimentos de pequeno porte, em geral sem muita importância no contexto da época. Somente nas três últimas décadas do século citado, o seu número tende a aumentar, no que os autores chamam de “primeiro surto industrial”. Outras atividades que vão se desenvolver ao longo do período colonial, se constituem normalmente, de atividades artesanais e manufatureiras, porém seu caráter acessório fazia com que ocupassem um lugar secundário na economia.
O exemplo que podemos citar é o caso do esforço em prol de uma exploração da metalurgia na colônia, ou seja, a fundição de ferro (ELLIS, 1982), onde se fabricavam ferramentas como, picaretas, pás, enxadas, machados, facas, ferraduras, etc., isso no século XVI; outro exemplo, é o caso da manufatura têxtil, que se dava a nível doméstico em capitanias como Maranhão, Pará, Ceará, São Paulo e até mesmo na região das minas, impulsionada no intuito de atender à população local, devido à distância do litoral estava praticamente isolada do restante da colônia.
O vice-rei do Brasil, o Marquês de Lavradio, em meados do século XVIII já lamentava que, “a força de eu reclamar, algumas fábricas que se iam fazendo públicas, como as do Pamplona e outras, se suprimiram. Porém, as particulares que há em cada uma das fazendas, ainda a maior parte delas se conserva”. Nessa produção, eram usados simples teares, com os quais se fabricavam panos e estopas para uso interno. Como se sabe, a preocupação