a falácia da "qualidade total"

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A Falácia da “Qualidade Total” sob a Vigência da Taxa de Utilização
Decrescente do Valor de Uso das Mercadorias

Um primeiro elemento diz respeito à temática da qualidade nos processos produtivos. Na fase de intensificação da taxa de utilização decrescente do valor de uso das mercadorias (Mészáros, 1995: cap. 15/16), necessária para a reposição do processo de valorização do capital, a falácia da qualidade total, tão difundida no “mundo empresarial moderno”, na empresa enxuta da era da reestruturação produtiva, torna-se evidente: quanto mais “qualidade total” os produtos devem ter, menor deve ser seu tempo de duração. A necessidade imperiosa de reduzir o tempo de vida útil dos produtos, visando a aumentar a velocidade do circuito produtivo e desse modo ampliar a velocidade da produção de valores de troca, faz com a “qualidade total” seja, na maior parte das vezes, o invólucro, a aparência ou o aprimoramento do supérfluo, uma vez que os produtos devem durar pouco e ter uma reposição ágil no mercado.
A “qualidade total”, por isso, não pode se contrapor à taxa de utilização decrescente do valor de uso das mercadorias, mas deve adequar-se ao sistema de metabolismo socio-econômico do capital, afetando desse modo tanto a produção de bens e serviços, como as instalações e maquinarias e a própria força humana de trabalho. (idem: 575) Como o capital tem uma tendência expansionista intrínseca ao seu sistema produtivo, a “qualidade total” deve tornar-se inteiramente compatível com a lógica da produção destrutiva. Por isso, em seu sentido e tendências mais gerais, o modo de produção capitalista converte-se em inimigo da durabilidade dos produtos; ele deve inclusive desencorajar e mesmo inviabilizar as práticas produtivas orientadas para a durabilidade, o que o leva a subverter deliberadamente sua qualidade.
A “qualidade total” torna-se, ela também, a negação da durabilidade das mercadorias.
Quanto mais “qualidade” as mercadorias aparentam (e aqui a aparência faz a

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