A Cultura Germânica Presente no Vale do Itajaí

Estradas estreitas, bem asfaltadas e conservadas. Pouco movimento, paisagens deslumbrantes, com vilas e pequenas cidades. De vez em quando, uma ponte cruza o rio, em meio a uma vegetação verdinha com montanhas ao fundo. A arquitetura de madeira ou de tijolo enxaimel simboliza uma paisagem pouco comum no Brasil. É o Vale do Itajaí, ou o Vale Europeu, como gostam de chamar por estas bandas do estado de Santa Catarina. Visitá-lo é uma verdadeira viagem no tempo, pois alguns lugares parecem intocados desde a chegada dos imigrantes alemães, a partir da metade do século 19. Tendo Blumenau como principal centro da colonização, o vale guarda a arquitetura, a gastronomia, o folclore, as danças e festas dos seus ancestrais, além da semelhança na paisagem e natureza. Acrescente a isto, o fato de a maioria dos moradores falar com sotaque germânico, até os mais jovens nascidos aqui. Blumenau é a maior e principal cidade da região, famosa atualmente por sua Oktoberfest, que, ao contrário da original de Munique, criada por ocasião do casamento do rei Ludwig I, em 1810, se iniciou em 1984, depois da grande enchente do rio Itajaí, para alegrar os cidadãos entristecidos com suas perdas. Seja pela cerveja ou pela alegria dos participantes, o fato é que a festa pegou e hoje atrai milhares de turistas ao município todo mês de outubro. As primeiras comunidades de imigrantes reuniam-se em volta da escola e da igreja e isto repetiu-se no Vale do Itajaí. Toda cidade alemã tem a escola, a igreja Luterana, o cemitério ao lado, geralmente em uma colina, e o clube de caça e tiro. Os schützevereine, como eram chamados os clubes de caça, são instituições muito antigas, remontam à Idade Média e foram trazidos pelos imigrantes ao vale, tendo no passado um papel relevante na vida social, cultural e recreativa dos imigrantes. Alemão que se preza tem clube de caça e tiro por perto. Nesse Brasil germânico, o que não falta também são as festas, que, se não são na escola, são com certeza no