A cidade na Idade Média
O Dicionário Michaelis define cidade como núcleo principal ou centro urbanístico de uma povoação. Isso equivale dizer que a cidade não é rural. Mas o que nós entendemos por núcleo rural? Colocando à parte o imaginário do homem do século XXI de que esse núcleo seja uma casa no campo, hoje, a zona rural é dada como a exata limitação do crescimento urbano. Porém, nem sempre foram as cidades que definiram a limitação do campo e a historiografia sobre a era medieval será imprescindível em revelar como o passado definiu o presente em cada passo que se deu. Talvez seja mais prudente dizer que a zona rural e a zona urbana se interdependem, e suas expansões ou retrações devem-se às estruturas temporais, sociais e econômicas mais complexas: ora a cidade é dada como aposto de uma estrutura rural, ora o inverso.
Neste sentido é importante salientar que hoje, onde se predomina a força do espaço urbano, até mesmo a agroindústria não deve ser entendida como ruralista, mas como atividade da produção urbana em grande escala.
As cidades, na idade média muito poucas e quase sempre pequenas, viviam à sombra dos senhores feudais, era uma extensão e um enclave dentro do modo de produção feudal. Também assim fora o movimento anterior e contrário a este: a ruralização das civilizações anteriores, responsável pela formação dos feudos, deve-se mais à crise do sistema escravista no Império Romano do que propriamente à morte das cidades, como no caso de Roma, que por exemplo, nunca se ruralizou e mais tarde foi, por consequência, berço do chamado renascimento urbano e comercial.
Então como evoluíram as rendas feudais na Idade