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Brasil: os ricos desconhecidos - Marcelo Medeiros.

Um país desigual A distribuição dos rendimentos no Brasil tem uma característica peculiar, a segmentação da população em uma grande massa homogênea de famílias de baixos rendimentos e uma reduzida elite rica. Esta partição da Sociedade entre ricos e não ricos é resultado de uma organização social que produz e mantém desigualdade ao longo do tempo. Para entendermos a desigualdade é preciso estudar origens da riqueza no Brasil e compreender não só o que está na fonte das diferenças de situação econômica, mas também, na raiz de muitas outras desigualdades sociais. Até recentemente era forte a crença de que os problemas sociais no país estavam relacionados a um regime demográfico explosivo, mas políticas coercivas de controle de população dificilmente seria uma boa estratégia de redução da desigualdade. Outra crença era de que a causa da desigualdade era determinada pelos níveis de fecundidade, porém a queda de fecundidade começou sim pelas famílias mais ricas, mas atualmente a maior parte da redução nos tamanhos de família ocorre entre famílias de renda mais baixa. As desigualdades na qualificação da força de trabalho são um dos determinantes mais importantes da desigualdade na remuneração dos trabalhadores, políticas de equalização educacional são condições necessárias para a redução da desigualdade no país. No entanto, educação não é uma panaceia. Educar a população não é medida suficiente na redução da desigualdade e mesmo que fosse educação pode ser entendida como um investimento a logo prazo de maturação, afinal a formação de um estudante leva anos. Mesmo que fossemos capazes de expandir rapidamente nosso sistema de ensino, até que novas gerações formadas em um sistema educacional altamente igualitário se tornasse maioria no mercado de trabalho decorreriam décadas (Menezes-Filho: Fernandes, 2003). Com isso concluímos que políticas redistributivas são um caminho necessário para melhorar