zumbi dos palmares e tiradentes
O movimento negro, nesta direção, tem acusado constantemente os autores dos livros didáticos de História de oferecerem apenas uma visão branca e eurocêntrica da história do Brasil, deixando em segundo plano a história e a cultura dos povos africanos e afros-descendentes nas suas narrativas. Uma das figuras relegadas ao esquecimento ou à marginalização é o líder negro Zumbi dos Palmares.
Ao compararmos a trajetória da memória de Zumbi e do Quilombo dos Palmares, produzidas pelos livros didáticos de História do Brasil, em um exercício de comparação com as fabricadas sobre Tiradentes e a Inconfidência Mineira, percebemos esta marginalização. A estratégia aqui é perceber como os discursos didáticos forjados ao longo dos séculos XIX e XX constituíram as imagens de Zumbi como um herói racial e as de Tiradentes como um herói nacional.
Durante o período imperial, observou-se na história oficial produzida pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), agremiação criada em 1838 responsável pela criação de uma memória nacional, uma certa depreciação do episódio palmarino. As revoltas coloniais eram interpretadas como atentados à unidade da futura nação. Neste caso, deu-se destaque para atuação, por exemplo, dos bandeirantes na destruição de Palmares, garantindo a integridade da Colônia.
Assim como no caso de Zumbi e de Palmares, houve um certo silêncio sobre o movimento dos inconfidentes. Procurou-se apresentar Tiradentes e a Inconfidência