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Estrangeirismos, neologismos e seus problemas

(Carmen Gouveia [linguista e docente na Universidade de Coimbra]) Cada vez mais surgem na língua vocábulos estrangeiros, que se fixam e chegam a ser adoptados na sua forma original ou adaptados à grafia ou fonética do Português (por exemplo, neste último caso, "ciao" transformado em "tchau" (e mais usado em português para "adeus" do que para "olá", que seria o seu uso preferencial); "lunch" em lanche; "détail" em detalhe, entre muitos outros).
Ao longo da história da nossa língua houve sempre entrada de palavras de outras origens devido ao contacto de línguas por razões políticas, económicas, culturais, etc. A verdade é que a maior parte dessas palavras se usavam para designar novas realidades, para as quais não havia, na maior parte dos casos, vocábulo autóctone correspondente.
De outras línguas vieram - desde o Latim até ao Português, palavras como "carro", "cerveja" ou "camisa" (que cedo entraram do celta para a língua latina), "guerra" (do germânico), "aritmética", "arroz", "alguidar", "almoço", "acepipe" ou "alcofa", do ára-be, ou mesmo "galardão" do provençal.
Mais recentemente, desde a entrada de castelhanismos (ou espanholismos), a fran-cesismos (galicismos), italianismos, até anglo-americanismos, a língua foi-se enrique-cendo, sendo, muitos deles, hoje sentidos como nacionais, tais como: bandarilha, gozo, cavalheiro, envelope, detalhe, coragem, creme, piano, sanduiche, lanche, futebol, râguebi (do Inglês rugby e que, portanto, deve ser pronunciado como se escreve hoje, com <â>, e não com como geralmente se faz, e que é um perfeito disparate e uma adulteração absurda!...), etc.
No que respeita ao Inglês, de onde provem o maior número de vocábulos nos nossos dias, temos entradas mais recentes, como o scanner (agora adaptado à grafia em "scâ-ner"), o browser , a web , o site (aportuguesado em "sítio" no Brasil), etc. Outros, já se adaptaram mais à língua, como líderes, ou estão em fase disso: stressante

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