Viagens no Tempo

3458 palavras 14 páginas
Viagens no Tempo
Paulo Crawford e Francisco Lobo
Departamento de Física e Centro de Astronomia e Astrofísica da
Universidade de Lisboa (CAAUL)
Campo Grande, Ed. C8, Lisboa

Pouco depois de assumirem corajosamente a responsabilidade pelo renascimento da física dos wormholes [1], Morris e Thorne aperceberam-se que podiam utilizá-los como máquinas do tempo [2]. A aparente facilidade teórica com que se transforma um wormhole numa máquina do tempo é verdadeiramente assombrosa. Porém, esta transformação parece violar a causalidade pois vem acompanhada de paradoxos como é, por exemplo, o paradoxo do avô, em que um viajante regressa ao passado e assassina o seu avô, impedindo o nascimento do seu pai. Mas se o viajante existe pode perguntar-se: quem o procriou? Alguém que nunca chegou a existir? As viagens ao passado ou mesmo a mera possibilidade de enviar sinais para trás no tempo, abrem uma verdadeira boceta de Pandora [3] de quebra cabeças e paradoxos.
Como as noções da causalidade são fundamentais na construção das teorias físicas e na visão que os físicos têm da natureza, as viagens no tempo e seus paradoxos têm que ser tratados com muita cautela. Em geral, invocam-se as consequências estranhas dos paradoxos para negar a possibilidade de viajar no tempo, tal como outrora os paradoxos de Zenão foram utilizados para provar a impossibilidade do movimento.
Note-se que são as viagens ao passado que suscitam as maiores dificuldades, porque são estas que aparentemente violariam a causalidade. Viajar para a frente no tempo é conceptualmente fácil e não exige uma nova física. Na física newtoniana, com o seu tempo absoluto, todos nós viajamos para o futuro a uma taxa constante, igual para todos os observadores. Com a relatividade restrita abre-se a possiblidade de alguns observadores viajarem mais depressa no tempo do que outros. Por exemplo, no célebre paradoxo dos gémeos [4] um deles fica em casa, num referencial inercial, e o outro afasta-se a

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