vaariedades

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O filme mostra de forma clara o processo de transformação ao qual o mundo esta passando na metade do século XIX com relação à escravidão. Muitos países já haviam abolido a escravatura, o comércio de escravos tornara-se ilegal mas ainda rentável. A proliferação dos movimentos abolicionistas e de direitos humanos não era exclusividade apenas nos Estados Unidos, ou de países que ainda tinham na escravidão sua principal mão de obra. Tratava-se de uma conscientização mundial contra o etnocentrismo e o Racismo Científico que classificava os seres humanos em raças, sendo o negro considerado como inferior em todos os aspectos, e incapaz de organizar suas sociedades de forma civilizada.

O choque cultural e a barreira linguísticas entre africanos e americanos, também ficou evidente, mas o filme vai além e mostra ‘en passant’ os negros escravos de etnias diferentes, e muitas vezes rivais, sendo colocados todos juntos. A África era um continente onde as tribos tinham por costume entrar em combate com outras rivais, sendo a perdedora escravizada pela vencedora, pois para eles propriedade significava trabalho e mão de obra. Portanto, mesmo antes da chegada dos europeus, era comum a escravização entre os próprios africanos. Isso não exime a responsabilidade que os europeus tiveram, pois com o aumento da procura por esse tipo de mão de obra, houve uma catástrofe demográfica onde povos inteiros foram dizimados.

A maior parte do filme se passa dentro dos tribunais, mas ele levanta questões interessantes sobre o processo de escravização, os movimentos abolicionistas e de direitos humanos, a sombra de uma Guerra Civil, a instabilidade das eleições americanas na época, os interesses políticos no entorno do processo, o senso de justiça e liberdade.

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