Uma lição de vida
Millena Oliveira Carneiro
Ilhéus, 20 de Junho de 2012
INTRODUÇÃO
O filme nos conta a história de Vivian Bering, uma professora universitária de poesia inglesa, rígida, solitária e exigente em seu trabalho. A professora, entretanto, vê sua vida mudar ao descobrir um câncer de ovário em um estágio avançado. Assistida pelo renomado oncologista Kelekian, ela aceita se submeter a um tratamento radical, ainda em pesquisa, uma vez que as chances de cura são pequenas. Kelekian e Jason Posner – jovem médico que compõe a equipe de oncologia, porém, a veem apenas como um objeto de estudo, sem levar em conta os sentimentos da paciente e os terríveis efeitos colaterais que trazem o tratamento. Vivian, então, passa a refletir sobre o tratamento e os fatos que marcaram sua vida.
DESENVOLVIMENTO
No filme, cenas do passado são intercaladas com o presente, fazendo com que percebamos os diferentes perfis psicológicos da personagem antes e depois da doença. No momento anterior à doença, notamos a professora como um profissional brilhante, porém exigente e sistemático que não permitia aos alunos uma proximidade, utilizando-se de uma pose rígida para justificar a própria incapacidade de lidar com as emoções. Entretanto, no momento posterior à doença, notamos a fragilidade emocional da personagem e como ela se sente sozinha, utilizando como amparo Susie, enfermeira chefe do hospital, a única pessoa a dar real atenção e afeto à professora.
Vivian tece, ao longo do filme, uma crítica sobre a relação médico-paciente, uma vez que os médicos a tratam com grande indiferença, usando-a apenas como um objeto de pesquisa, de forma totalmente desumanizada. Uma pergunta recorrente no filme é “Como se sente hoje?”, feita inclusive em um momento em que a personagem visivelmente passava mal. Na verdade, o real interesse não é saber como, de fato, se sentia o paciente, mas sim ter conhecimento do funcionamento