Um modelo de consumo de capital baseado em sushis
Compreendendo os ciclos econômicos
Acima (http://migre.me/evqGY), eu apontei algumas das falhas básicas nos argumentos de Krugman 1 e Cowen. (Outros austríacos já responderam
Krugman no passado. Vejas as respostas de Garrison e Cochran). Em termos mais gerais, ambos estão ignorando a noção extremamente importante do consumo de capital. É por isso que é necessário entender bem a teoria do capital, como fizeram pioneiramente Carl Menger e Eugen von Böhm-Bawerk 2, para compreender direito o que diabos aconteceu com a economia americana.
Qualquer palpiteiro da grande mídia que não entenda sobre consumo de capital irá certamente dar horrendas recomendações políticas.
Quando ainda estava pensando nesse artigo, estava indeciso quanto ao seu formato. E então decidi que deveria utilizar um "modelo" de complexidade intermediária, pois, se eu simplificasse muito, a argumentação poderia não estimular o leitor; por outro lado, se eu exagerasse na dose, ninguém em seu juízo perfeito iria terminar de ler o artigo. Sem mais delongas, vamos examinar uma hipotética ilha cuja economia seja formada por cem pessoas (os ilhéus) e onde o único bem de consumo seja rolinhos de sushi.
A ilha começa em um equilíbrio inicial que é indefinidamente sustentável. Todo dia, 25 pessoas vão para o mar com seus barcos a remo e utilizam redes para pegar peixes. Outras 25 vão para os arrozais colher arroz. Outras 25 utilizam o arroz e os peixes (coletados no dia anterior, é claro) e fazem tentadores rolinhos de sushi. Finalmente, os 25 ilhéus restantes dedicam seus dias a fazer manutenção nos barcos e nas redes. Dessa forma, todo dia é produzido um total de, digamos, 500 rolinhos de sushi, o que permite que cada ilhéu coma cinco rolinhos de sushi por dia, todos os dias. Uma vida nada ruim, convenhamos, principalmente quando se leva em consideração a vista oceânica e a completa ausência de Jim Cramer.[5]
Mas, infelizmente, eis