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Álvaro de Campos Álvaro de Campos evolui ao longo de três fases:
1) a de influência decadentista a que pertence o «Opiário»; 2) a futurista e sensacionista, de inspiração whitmaniana, onde encontramos, por exemplo a «Ode Triunfal» e a «Ode Marítima»; 3) a intimista ou independente, marcada pela abulia e pelo tédio, pela angústia e pelo cansaço, com poemas como «O que há em mim é sobretudo cansaço», «Esta velha angústia», «Apontamento», ou os de «Lisbon revisited».
— Na primeira fase, encontra-se o tédio de viver, a morbidez, o decadentismo, a sonolência, o torpor e a necessidade de novas sensações.
— Na segunda fase, há um excesso de sensações, a tentativa de totalização de todas as possibilidades sensoriais e afetivas (unanimismo), a inquietude, a exaltação da energia, de «todas as dinâmicas», da velocidade e da força, até situações de paroxismo; Álvaro de Campos é o poeta vanguardista, que, numa linguagem impetuosa, excessiva, canta o mundo contemporâneo, celebra o triunfo da máquina e da civilização moderna, da força mecânica da velocidade. E, ainda que reconheça que esta comporta aspetos negativos - moral e socialmente -,afirma na Ode Triunfal : “ Como eu vos amo a todos, a todos, a todos,
Como eu vos amo de todas as maneiras,
Com os olhos e com os ouvidos e com o olfato
E com o tato (o que palpar-vos representa para mim!)
E com a inteligência como uma antena que fazeis vibrar!
Ah, como todos os meus sentidos têm cio de vós! “
Propõe uma estética baseada “não na ideia de beleza, como a de Aristóteles” (estética aristotélica), “mas da força” (estética não aristotélica), assimilada à força vital, ou energia. Campos afirma enquanto característica da estética não aristotélica o primado da sensibilidade sobre a inteligência.
Como sensacionista, é o poeta que melhor expressa as sensações da energia e do movimento, bem como as sensações de «sentir tudo de todas as maneiras». Para ele, a sensação é tudo. Porém, o seu sensacionismo é