tuberculose
O comprometimento pleural representa a forma mais frequente da tuberculose (TB) extrapulmonar. Frequências variáveis são observadas em diferentes países, de acordo com a prevalência da TB e da sorologia positiva para o vírus da imunodeficiência humana (HIV).
A TB pleural pode ser uma manifestação tanto da forma primária da doença (primo-infecção) quanto da reativação de uma infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis. Em ambas a TB pleural está frequentemente associada à forma pulmonar. Nos países com alta prevalência, a TB ocorre mais em jovens como manifestação da TB primária, enquanto que nos países com baixa prevalência ela atinge mais a população idosa, como consequência da reativação de um foco de infecção latente, caracterizando a reativação endógena da doença.
EPIDEMIOLOGIA
Em todo o mundo, cerca de nove milhões de pessoas desenvolvem TB a cada ano. Aproximadamente 80% delas vivem em 22 diferentes países, sendo que o Brasil ocupa o 15º lugar, com cerca de 80 mil casos notificados a cada ano. Em alguns estados, a incidência da doença supera 100 casos por 100 mil habitantes. Além disto, há uma estimativa de 50 milhões de pessoas infectadas.
No Brasil, dados do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo, onde há o maior contingente de casos do país, demonstram que em adultos com sorologia negativa para o HIV, a TB pleural é responsável por cerca de 8% dos casos novos da doença. Em indivíduos menores de quinze anos e co-infectados pelo HIV esta frequência é menor (em torno de 5%). Ocorre predomínio do sexo masculino (2:1) na faixa etária dos mais jovens (com menos de 50 anos).
Em faixas etárias maiores, a TB pleural pode ser decorrente tanto da evolução de infecção recente quanto por reativação de infecção latente (principalmente associada a imudeficiências, diabetes, insuficiência renal e outras