Trabalho
O estudo sistemático dos instrumentos nem sempre teve a importância que tem hoje. Embora sempre tenha havido representações e descrições dos instrumentos, somente a partir do Renascimento1 2 começou a existir maior preocupação com sua identificação, havendo um consequente incremento de obras teóricas que procuraram sistematizar esse estudo. Na história da classificação dos instrumentos alguns marcos podem ser assinalados1 2 :
Em 1325, o professor francês Jean de Muris criou um sistema de classificação em que dividia os instrumentos em: tensibilia — instrumentos com cordas tensas; inflatibilia — instrumentos que são soprados; percussibilia — instrumentos que são percutidos;
Em 1511, o sacerdote alemão Sebastian Virdung na obra “Musica Getutscht und Ausgezoge” apresentou a seguinte classificação: instrumenten mit Saiten — instrumentos com cordas; instrumenten mit Röhren in die geblasen wird — instrumentos acionados pela respiração humana ou por vento artificial; instrumenten von Metalle oder anderen clingende Materien — instrumentos de metal ou de outros materiais ressoantes;
Em 1619, o compositor alemão Michael Praetorius publicou a obra“Syntagmatis Musici Michaelis Praetorii C” (que veio a ser mais conhecida por Syntagma Musicum). Tornou-se uma obra de referência porque não apenas agrupava os instrumentos em famílias, mas também dava algumas indicações sobre as dimensões e construção, além de ser amplamente ilustrada.
Em 1637, o padre francês Marin Marsenne publicou a “Harmonie Universelle”, em que os instrumentos vêm agrupados em famílias, mas sem nenhuma classificação sistemática.
Em 1863, o musicólogo belga Auguste Gevaert foi um dos pioneiros2da organologia moderna quando no seu “Traité général d’instrumentation” propôs uma classificação baseada numa antiga classificação indiana: instruments à cordes — instrumentos de cordas; instruments à vent — instrumentos de sopro; instruments étirés avec une membrane — instrumentos esticados com uma membrana;