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NOVA YORK - Os mercados emergentes terminarão o ano quase do mesmo jeito que começaram: em queda livre. Da Rússia à Venezuela, da Tailândia ao Brasil, as ações, os bônus e as moedas estão despencando.
O rublo russo ultrapassou a barreira de 64 por dólar pela primeira vez na história ontem. Os bônus venezuelanos afundaram para menos de 40 centavos por dólar e as ações tailandesas sofreram a maior queda em 11 meses. O mercado de dívida corporativa do Brasil também sofre os efeitos da investigação de corrupção na Petrobras, o que contaminou o mercado.
Tudo isto tem certo ar familiar, que data de 1998, quando, exatamente como agora, o petróleo estava despencando e levando a Rússia e a Venezuela, exportadoras de petróleo bruto, para uma crise financeira.
Embora muito tenha mudado nos mercados emergentes desde então – talvez a mudança mais importante tenha sido que os países têm mais reservas de moeda estrangeira e taxas de câmbio mais flexíveis –, os sinais de contágio estão se acumulando. Na semana passada, os investidores retiraram mais de US$ 2,5 bilhões de fundos negociados em bolsa dos EUA que compram ações e títulos de mercados emergentes. Foi o maior fluxo de saída desde janeiro, quando instabilidades políticas e financeiras da Argentina à Turquia e os efeitos adversos da reversão de políticas de estímulo do Federal Reserve provocaram a fuga dos gestores de recursos.
“Passamos para o modo 'liquidação'”, disse Peter Lannigan, estrategista da CRT Capital Group para mercados emergentes. “Neste momento, as pessoas estão vendendo os vencedores e os perdedores.”
Índice de volatilidade
Um índice que acompanha 20 moedas de mercados emergentes caiu ontem para o menor patamar em mais de uma década, minado pela queda dos preços do petróleo e pela desaceleração do crescimento na China. A lira turca desabou para o mínimo histórico depois que a polícia prendeu jornalistas suspeitos de vínculos com o clérigo Fethullah Gülen nos EUA,