Trabalho
Maré vermelha revela a fragilidade da Baía de Todos os Santos
Passados cinco meses do desastre ecológico responsável pela morte de mais de cinqüenta toneladas de peixes e mariscos, a pesca na Baía de Todos os Santos (BTS) permanece comprometida por tempo indeterminado. E o queé ainda mais grave: o fenômeno maré vermelha revelou a vulnerabilidade das águas da Baía, uma vez que os ambientes aquáticos marinhos não são monitorados regularmente no estado.
O último relatório do Centro de Recursos Ambientais (CRA), responsável pela avaliação da qualidade das águas costeiras superficiais da BTS, foi realizado há cinco anos. "Instalamos um grupo de trabalho que está verificando a situação. A contaminação é crônica e vem se acumulando ao longo de muitos anos. A solução para o problema não é breve", admitiu Beth Wagner, diretora do CRA.
A explicação para a falta de monitoramento em algumas regiões, de acordo com o superintendente de Meio Ambiente da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), Júlio Mota, deve-se, dentre outros fatores, à inconclusão das obras do Programa Bahia Azul, gerenciado pelo governo estadual. Segundo Mota, foi feito um investimento em dez cidades do entorno da BTS, mas a previsão inicial de cobrir 70% da área não foi alcançada."Estamos levantando as principais necessidades desses municípios, sobretudo os que ficam no entorno da Lagoa de Pedra do Cavalo e do Rio Subaé. A expectativa é que a Bahia receba recursos vindos do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento para que possamos fazer frente às demandas".
A primeira ocorrência do fenômeno conhecido como maré vermelha foi detectada pelo (CRA) em 6 de março e teve como causa provável a floração excessiva do dinoflagelado Gymnodinium sanguineum. Considerada nociva, a alga provocou a mortandade da fauna marinha por asfixia devido à grande densidade de células de microalgas. Outro agente foi a falta de