Trabalho

Poesia da (in) consciência negra em versos brancos
Por Haroldo Pedro da Silva Filho

É lamentável.
Mas o preconceito é
Tanto
Que consciência, agora, tem cor (!)
Consciência negra
Tem cor tem diferença.
Tem exclusão.
Tem preconceito.
Negra, afro, preto,
Não importa
Tem diferença
Tem preconceito
Tem diferença de direito
Se existe a consciência branca
E a negra
Qual a diferença?
A diferença é a cor?
A consciência não tem pele
Para ter cor.
A consciência é uma capacidade moral
Não uma coisa ou objeto para ter uma
Cor
O negro não é um
Objeto
Para que tudo que seja inerente a ele
Tenha
Cor.
O negro é como todo ser
Humano
Tem alma Tem espírito
Espírito
Invisível
Não com uma cor
Mas com um
Caráter
A ser moldado
O espírito do branco, então, é branco
Por diferenciação de valores
Que se pressupõe, portanto,
Superior ao negro?
A justiça não tem pele
O direito não tem pele
E a consciência, definitivamente, não tem pele
Mas aqui, criou-se uma consciência negra (?)
Exaltando o cultivo a não diferença, em todos os fóruns
Existenciais da pretensa visão humanitária
Mas por si só já racista, um preconceito tão atávico á sua essência
Maléfica
Que até sua consciência foi colorida de negra
Para destacar sua diferença étnica e social
Um dia para lembrar que, o negro,
Coitadinho tem uma consciência (oh!)
Apenas um dia, por tolerância de cidadania
Porém então os outros dias do ano, quer dizer
Por esta idéia infeliz, o negro não tem uma consciência!
Afinal neste dispare parecer, a consciência tem cor
O negro a negra, o branco a branca.
Então se o dia 20 de novembro de todo ano é dia da consciência negra
Os restantes dos dias do ano são da consciência branca (ahn?)?
É, ainda da bem que a consciência, realmente, não tem cor
O que tem com cor é o preconceito
Para evitar
O
Desperdício
Deste feriado
Muito mais político que comemorativo
Tão preconceituoso que nem todos os municípios o aderiram
Não por ter