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E então, leu o conto O peru de Natal? Gostou?

No post anterior eu sugeri que você lesse o conto atentando para alguns aspectos relevantes. Então vamos lá!

Em relação ao foco narrativo, o conto é narrado em primeira pessoa, ou seja, o narrador participa da história. O narrador-personagem é Juca, o filho que conta-nos sobre seu primeiro Natal em família, após a morte do pai.

Até então, todos viviam aparentemente felizes, sem brigas, sem grandes dívidas, todos honestos, mas, ao mesmo tempo, sem grandes alegrias. O pai era de personalidade mais contida, não se dava aos prazeres, diria, até mesmo, de natureza cinzenta. Esse aspecto é fundamental para o desenrolar do conto, é a partir daí que Juca deseja fazer uma de suas loucuras: comprar um peru para o Natal.

A compra de um peru para o Natal ocasiona uma tensão na história, prendendo a atenção do leitor, trata-se do conflito.

Além de Juca, temos outros personagens:uma tia solteirona e santa, a mãe, ainda enlutada e que passou a vida toda fazendo tudo para o marido e para os filhos, um irmão e uma irmã. E o desejo primordial de Juca era agradar a todos, em especial, sua mãe. “ ‘É louco, mesmo’ pois por que havia de servir, se sempre mamãe servira naquela casa! Entre risos, os grandes pratos cheios foram passados pra mim e principiei uma distribuição heroica, enquanto mandava meu mano servir a cerveja. Tomei conta logo de um pedaço admirável da "casca", cheio de gordura e pus no prato. E depois vastas fatias brancas. A voz severizada de mamãe cortou o espaço angustiado com que todos aspiravam pela sua parte no peru:
— Se lembre de seus manos, Juca!
Quando que ela havia de imaginar, a pobre! que aquele era o prato dela, da Mãe, da minha amiga maltratada, que sabia da Rose, que sabia meus crimes, a que eu só lembrava de comunicar o que fazia sofrer! O prato ficou sublime..”

O tempo de duração dessa história se caracteriza por apresentar fatos marcados cronologicamente – a ceia de Natal, depois da Missa