trabalho de economia
No início de 2014, as taxas no mercado futuro de juros no Brasil acompanharam o comportamento ascendente da taxa básica, oscilando, em seguida, em torno do novo patamar alcançado, articularmente as de prazos mais longos. A partir de março, entretanto, em razão da expectativa do fim do ciclo de aperto monetário, as taxas de prazos mais longos assumiram uma trajetória de queda. Os agentes de mercado esperavam que a meta para a taxa básica se mantivesse constante por algum tempo ao término desse ciclo, o que levou as taxas de curto prazo a convergirem para a taxa básica. Embora tenha ocorrido acentuada perda de inclinação da curva de juros, o processo não foi contínuo ao longo do semestre. Em janeiro, a intensidade do aumento da meta para a taxa Selic e o sell-off dos mercados emergentes, com a crise cambial na Argentina e na Turquia, contribuíram para o ganho de inclinação da curva de juros. Ao final do mês, o Tesouro Nacional anunciou um leilão extraordinário de recompra de títulos, realizado no início de fevereiro, o que favoreceu o processo de flattening da curva de juros. Entretanto, para a maioria dos participantes de mercado, as incertezas quanto à condução da política fiscal contribuíram para que as expectativas inflacionárias se mantivessem em patamares elevados e as taxas de juros, em alta. No âmbito externo, a continuidade da redução dos estímulos monetários nos EUA e a possibilidade de que o aumento das taxas de juros pudesse ocorrer antes do esperado adicionaram pressão às taxas de juros no mercado doméstico.
O Copom considera que, desde sua última reunião, os riscos para a estabilidade financeira global permaneceram elevados, em particular, os derivados de mudanças na inclinação da curva de juros em importantes economias maduras. Apesar de identificar baixa probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais, o Comitê pondera que o ambiente externo permanece complexo. Para o