Tiradentes

1/3- No período de reinado de D. Maria I foi quando se situou a inconfidência mineira, uma revolução que nem chegou a acontecer, não derramou sangue algum e ainda assim virou maior símbolo de resistência contra a metrópole. O termo “inconfidência” foi usado pela coroa para qualificar aqueles que tramaram contra ela, que a traíram com o objetivo da independência. Foram vários os motivos para o descontentamento com a coroa, dentre eles o quinto ouro e a política de exploração da metrópole. Houve a instauração de outro programa de impostos e começaram a investigar todos que deviam para a coroa. Tiradentes se viu contrariado quando perdeu seu posto de comandante do destacamento dos dragões.
No fim do ano de 1788, os inconfidentes começaram a se preparar para o movimento até que um dos seus, Joaquim Silvério dos Reis, os denunciou. Cada um dos membros foi preso e condenado a pena de morte. A população estava indignada e ao mesmo tempo com medo da repressão e do que iria acontecer com os onze condenados.
Depois de intimidar toda a população, a coroa decide abrandar as penas; os conjurados seriam exilados e apenas a pena de Tiradentes foi mantida. A execução aconteceu na praça principal de Vila Rica em 21 de abril de 1792. Aí se iniciava a construção do maior mito da república brasileira.
Na abertura da república, passou a se procurar uma figura que valorizasse tal ato, uma figura que simbolizasse bravura, carisma e que fosse popular. Na literatura, começam a aparecer as primeiras referências ao herói com As liras de Gonzaga em 1848 (56 anos depois); Castro Alves em sua peça Gonzaga ou a revolução de Minas seria um dos primeiros autores a associar a figura do Mártir à de Jesus Cristo.
Outro atributo seria a identificação de Tiradentes com as três principais aspirações dos brasileiros enquanto colônia: A independência, o abolicionismo e a república.
3-Tiradentes só sobrevive até hoje, por sua resistência aos continuados esforços de esquartejamento de sua memória. A