texto filosofico

2306 palavras 10 páginas
Percepção e conhecimento

Uma das questões centrais da filosofia é: o que é o conhecimento e como se obtém? John Locke e os seus sucessores na tradição empirista defenderam que o fundamento do conhecimento contingente sobre o mundo se encontra na experiência sensorial ― o uso dos cinco sentidos, ajudados quando necessário por telescópios e outros instrumentos semelhantes. Russell está de acordo com isto. Mas o empirismo enfrenta o desafio dos argumentos cépticos que visam mostrar que as nossas pretensões ao conhecimento podem com frequência ― talvez sempre ― ser injustificadas. Há várias razões para isto. Às vezes cometemos erros quando percepcionamos ou raciocinamos, às vezes sonhamos sem saber que estamos a sonhar, às vezes somos enganados devido aos efeitos da febre ou do álcool. Quando afirmamos conhecer algo, como podemos estar certos de que esta afirmação não é posta em causa de nenhum destes modos?
Em Os Problemas da Filosofia (PF) em 1912 Russell fez a sua primeira tentativa sistemática de tratar estas questões. 'Há algum conhecimento', pergunta, 'que seja tão certo que nenhum homem razoável possa dele duvidar?' Ele responde afirmativamente, mas a certeza, como se constata, está longe da certeza absoluta da prova.
Com base em observações simples acerca da experiência perceptiva ― o facto de que, digamos, uma mesa parece ter diferentes cores, formas e texturas, dependendo de variações no observador ou nas condições em que é percepcionada ― podemos ver que há uma distinção a fazer entre as aparências das coisas e aquilo que elas são em si mesmas. Como é que podemos ter a certeza de que a aparência representa fielmente a realidade que supomos encontrar-se por detrás dela? Pode-se mesmo perguntar, como sugerem os argumentos cépticos sobre os sonhos e as ilusões, se podemos ter a certeza de que existem de facto coisas reais 'por detrás' das nossas experiências sensoriais.
Para lidar com estas questões, Russell introduz o termo 'dado dos sentidos' para

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