Teoria politica da propriedade em locke e rosseau

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A teoria política da propriedade em Locke e Rousseau: uma análise à luz da modernidade tardia
Enzo Bello*
1.
A Modernidade como contexto para os pensamentos de John Locke e Jean-Jacques
Rousseau; 1.1. A teoria da propriedade no pensamento de John Locke; 1.2. A teoria da propriedade no pensamento de Jean-Jacques Rousseau; 2. A teoria da propriedade no paradigma da Modernidade Tardia ou da Pós-Modernidade (?); 3. Conclusão; 4.
Referências bibliográficas.
1.
A Modernidade como contexto para os pensamentos de John Locke e Jean-Jacques
Rousseau
Em oposição ao mundo pré-moderno, cujas atenções estavam centradas na polis grega e posteriormente na Igreja da Idade Média, a “dessacralização” representa o marco da passagem para a Modernidade[1] e caracteriza uma ruptura brusca no curso da história da humanidade, em todos os seus âmbitos. Assim, pode-se falar numa quebra de paradigma, uma vez que o conjunto de concepções que limitavam e ordenavam o pensamento até então vigente foi completamente modificado a partir do século XVI.
Pensando-se o real como uma máquina, e.g. utilizando-se a metáfora de um relógio, que funciona com movimentos de causa e efeito – racionalização dos sentimentos humanos
(machina macchinarum) –, supera-se o primado do poder da religião e passa-se a estabelecer a razão e o indivíduo como elementos centrais da vida humana.
Pensadores como Hobbes e Locke atestam o esgotamento da perspectiva prémoderna, segundo a qual o real era condicionado pelo sobrenatural e a legitimidade do poder tinha origem divina (a teologia era a rainha das ciências). De acordo com o modelo da perspectiva moderna, o que legitima o poder é a igualdade e não a diferença, de maneira que, por ter criado o mundo, Deus é deslocado para a esfera sobrenatural a fim de que o homem passe a administrar o mundo[2].
‘Deste modo, o paradigma moderno refutou a tradição imposta durante séculos pela
Igreja Católica, inteiramente calcada no

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