teoria do conhecimento
Hans Jonas (1903-1993), na proposta da ética da responsabilidade, começa, em O Princípio Responsabilidade (1979), apresentando as características das éticas tradicionais e o cenário em que estas se formaram. O homem na sua relação com a natureza consegue irromper dela e mesmo dominá-la e, assim, construir uma casa para sua própria existência humana, isto é, a cidade. Esta está destinada a cercar-se e não a expandir-se, e ao mesmo tempo se distingue de todo o resto das coisas por necessitar de cuidados, de cujo domínio completo e única responsabilidade é humana. A natureza não era objeto da responsabilidade humana, por isso, diante dela eram úteis a inteligência e a inventividade, não a ética. Mas na “cidade”, isto é, no artefato social onde homens lidam com homens, a inteligência deve casar-se com a moralidade, pois essa é a alma de sua existência, acentua Jonas.
Na análise das características das éticas tradicionais, Jonas apresenta cinco delas, a saber: 1) o lugar da ética era a polis, isto é, relação do homem com a cidade, a techne não era considerada, por isso, a atuação sobre objetos não humanos não formavam um domínio eticamente significativo, sendo que a verdadeira vocação do homem encontrava-se alhures; 2) antropocentrismo: a ética se detém somente na relação intra-humana, inclusive o de cada homem consigo mesmo; 3) o homem era considerado constante quanto à sua essência, não sendo a techne objeto dessa essência; 4) os efeitos das ações eram consideradas somente nas coordenadas espaciais da comunidade. A ética tinha a ver com o aqui e agora, como as ocasiões se apresentavam aos homens, sendo o homem bom o que se defrontava virtuosa e sabiamente com essas ocasiões; 5)