Tecnologia, evolução cultural e comunicação.

Para discutir a o papel da tecnologia na “evolução cultural contemporânea” devemos dar um mergulho na história recente da humanidade a partir do domínio das técnicas analógicas, que culminaram na invenção do transístor e do motor elétrico, que foram fatores preponderantes para a revolução eletrônica. Uma nova sociedade, onde as relações econômicas, políticas, laborais e culturais começava a surgir. Os meios de comunicação de massa eram a fonte onde os indivíduos bebiam e saciavam sua sede de informação e entretenimento. Uma via de mão única, que gerava uma emissão vertical de mensagens. Direto da fonte para o público. Sem retorno.
A partir do advento dos microprocessadores e posteriormente com os dispositivos móveis, a humanidade deu um salto como nunca havia sido visto em sua história. Com a informática e a internet, houve uma reformulação das práticas midiáticas, com a liberação no fluxo de informações. Os indivíduos incluídos digitalmente e mergulhados na rede, passaram a ser ao mesmo tempo, receptores e emissores, ganhando vez e voz e tornando-se formadores de opinião. O domínio da técnica e a acessibilidade de mais pessoas aos equipamentos tecnológicos permitiram essa evolução. Martin Heidegger explica: “Técnica significa: ter conhecimentos na produção. Téchne designa uma modalidade de saber. Produzir quer dizer: conduzir à sua manifestação, tornar acessível e disponível algo que, antes disso, ainda não estava aí como presente”. A tecnologia chegou literalmente às mãos de boa parte da população economicamente ativa, se tornando quase extensão do corpo humano.
As formas de produção também foram modificadas. Com a mesma rapidez que a tecnologia modificou a forma de se comunicar, acabando com as fronteiras geográficas, alterou também as relações de consumo, comércio e industrialização, alcançado o maior número de consumidores em potencial e fortaleceu o capitalismo pós-moderno, em uma cultura de globalização.
O avanço tecnológico quebrou paradigmas e acabou