sócrates e etica

A descoberta da essência do homem (o homem é a sua psyché) Depois de um período de tempo em que ouviu a palavra dos últimos naturalistas, mas sem se considerar de modo algum satisfeito, Sócrates concentrou definitivamente o seu interesse na problemática do homem, pois ele queria resolver os problemas do princípio e da physis. Sócrates concentrou-se no homem, como os sofistas, mas ao contrário deles, soube chegar ao fundo da questão, a tal ponto que chegou a admitir malgrado a sua afirmação geral de não-saber, que era sábio nessa matéria: “Na verdade, atenienses, por nenhuma outra razão eu cultivei este nome senão por causa de certa sabedoria. Essa sabedoria é precisamente a sabedoria humana, ou seja, a sabedoria que o homem pode ter sobre o homem. Sócrates procurava responder à questão: o que é a essência do homem? A resposta é precisa e inequívoca: o homem é a sua alma, enquanto sua alma é o que o distingue especificamente de qualquer outra coisa. Para Sócrates, a alma é o seu consciente, ou seja, a consciência e a personalidade intelectual e moral. Se a essência do homem é a alma é evidente que cuidar de si mesmo significa cuidar da própria alma mais do que do corpo. Um dos raciocínios de Sócrates para provar essa tese é o seguinte: uma coisa é o instrumento que se usa e outra é o sujeito que usa o instrumento. Então Sócrates afirmava que o corpo é instrumento da alma e que a alma nos ordena a conhecer aquele que nos adverte: “conhece-te a ti mesmo.”

O novo significado de “virtude” e o novo quadro de valores Em grego, aquilo que nós chamamos de virtude se diz “arete”, que significa aquilo que torna uma coisa boa e perfeita naquilo que é, ou seja, significa aquela atividade ou modo de ser que aperfeiçoa cada coisa, fazendo-a ser aquilo que deve ser. A virtude do homem é aquilo que faz com que a alma seja tal como a sua natureza determina, ou seja, boa e perfeita. Para Sócrates virtude é a “ciência” ou o “conhecimento” e o