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CASAMENTO POR ENCOMENDA
(Prof. Sérgio Silva)

Personagens:

A cena passa-se na sala de uma família de classe média falida, que ainda mantém as aparências. Época atual.

Pai:
Rosalina, querida! Eu não agüento mais a rabugice da Jurema!
Ela está insuportável! A nossa filha está muito xarope!

Mãe:
Concordo! Ela está tão xarope quanto a chata da tua mãe!

Joanete:
Quer dizer que a vovó faz bem pra tosse? Já que ela é xarope!

Mãe: (Sem graça)
Xarope como você, desencabada!
Astrogildo! Leve esta pestinha para o quarto dela já!

Mordomo:
Claro madame! Vamos menina! Vamos para a senzala!

JOANETE CANTAROLA TEMA DA ESCRAVA ISAURA.

Pai:
Tá vendo mulher. É uma mais foco que a outra!
São todas doidas! Todas malucas! Nenhuma bate bem!

Mãe:
Também não é para menos! Eu me casei com um retardado! Eu vou casar a Jurema nem que seja a última coisa que eu faça em vida.

Mordomo: ( Entrando em cena )
Patrão, posso ligar para funerária?

Mãe:
Isso mesmo Astrogildo! Põe na tua cabeça que a Jurema é mais feia do que briga de foice no escuro homem! Ninguém vai querer aquilo!

Pai:
Como não? Eu não me casei com você! Afinal ela é sua filha!

Mãe:
É! Mas ela puxou pra você! Pai:
Ora mulher, ela é feia mais tem dinheiro.
Qualquer gigolô... quer dizer, qualquer rapaz se casaria com ela.

Mãe:
Que coisa mais horrorosa Leôncio, casar-se por dinheiro Leôncio!

Pai: ( Encara a esposa )
Eu que o diga, não é Rosalina! Que coisa feia casar-se por dinheiro!

Mãe: (Falsamente carinhosa)
Ai Leôncio! Querido, comigo foi amor!

Pai:
Foi amor... Amor pela minha conta bancária!

Mordomo:
Patrão, por aí tem muitos rapazes querendo se casar com moças ricas como a Jurema, filhas de um empresário bem sucedido!

Pai:
Eu sei, Astrogildo! Eu sei!

Mordomo:
Interessado é o que não vai faltar... Mesmo que seja só pela grana!

Pai:
Eu sei! Eu sei!

Mãe:
E o que você vai