situação

A SITUAÇÃO LINGUÍSTICA E O ESTATUTO DO PORTUGUÊS EM ANGOLA A situação linguística em Angola, tal como se verifica em boa parte dos países africanos, caracteriza-se por uma grande diversidade linguística. A maior parte das línguas em Angola pertence ao grupo das línguas bantu e tem uma localização territorial pouco limitada e definida nos dias de hoje. Da classificação etnolinguística feita por Redinha inferimos que o número de línguas em Angola está ainda por ser revelado. Sobre esta questão, trazemos a debate Lusakalalu (2005:9) segundo o qual «Num trabalho publicado em 1994, a linguista alemã Huth afirma que existem em Angola 64 línguas. Esta contagem contrasta significativamente com uma outra, apresentada pelo linguista angolano Kukanda, segundo o qual Angola conta com 9 línguas bantu. Para se chegar a mais de sessenta línguas, Angola teria de ter mais de cinquenta línguas não-bantu [...]. A margem de erro entre os dois linguistas não se consegue conciliar e Angola não é o único país plurilingue cujo número de línguas continua incerto: prova de que ou não sabemos o que é uma língua, ou não sabemos contar». Perante este quadro, também podemos dizer que, em Angola, talvez existam mais de 100 línguas, argumentando com a falta de (investimentos em) estudos mais profundos para se chegar ao perfil linguístico de distintas regiões do País. Por outra, partindo da hipótese de que alguns supostos subgrupos dos Ovimbundu como os Va-Hanha; dos Vangangela como o Vanyemba; dos Vanyaneka-Nkhumbi como os Vankhumbi; dos Bakongo como os Yombe sejam verdadeiros grupos étnicos ou, melhor, POVOS, embora Lusakalalu contra-argumente com o conceito de «glossónimo», e desconhecendo-se «a situação linguística da família khoisan em Angola, isto é, em termos de quantas línguas e quantas variantes dessas línguas», qualquer um de nós é livre de calcular. Em contacto com essas línguas bantu está o Português, língua românica, implantada durante a colonização portuguesa em Angola e,