Simoni Lahud Guedes

Grupo de TrabalhoGrupo de Trabalho; Etnografias Urbanas:a casa, a rua e o bairro de uma perspectiva antropológica
26ª Reunião Brasileira de Antropologia (26ª RBA), Porto Seguro, 1º a 4 de junho de 2008.
Redes sociais urbanas: casa, família e vizinhança1

Simoni Lahud Guedes
Programa de Pós-Graduação em Antropologia
Universidade Federal Fluminense

Resumo:
Apresentando as principais conclusões de pesquisa realizada no bairro de Porto da Pedra, São
Gonçalo, pretendo, nesta comunicação, discutir as redes sociais de parentesco e vizinhança, caracterizadas pelo enraizamento local, em segmentos de trabalhadores urbanos estabilizados, no bairro de Porto da Pedra, no município de São Gonçalo. Será destacada a importância da casa própria, como recurso para a rede familiar e de parentesco, muitas vezes desdobrada em quintais, que congregam diversas casas unifamiliares, constituindo-se em um dos principais recursos coletivos de que dispõem, locus de solidariedade familiar e conflitos. Serão, ainda, acentuadas algumas das formas pelas quais este segmento vivencia suas condições sociais de existência e os mecanismos socioculturais de que se utiliza para enfrentar as dificuldades e contradições inerentes à sua posição na sociedade.

Palavras-chave: redes de parentesco – vizinhança – trabalhadores

Redes sociais urbanas em Porto da Pedra, São Gonçalo

Não há nada tão oposto aos não-lugares da modernidade, tão bem percebidos por
Marc Augé (1994), quanto os bairros de trabalhadores, espécimes perfeitos desta criação conjunta do antropólogo e seus nativos a que, segundo o mesmo autor, reservamos o termo
“lugar antropológico”, ou seja, “o princípio de sentido para aqueles que o habitam e princípio
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Trabalho apresentado na 26ª. Reunião Brasileira de Antropologia, realizada entre os dias 01 e 04 de junho,
Porto Seguro, Bahia, Brasil.

de inteligibilidade para quem os observa” (Augé, 1994, p. 51). José Guilherme Magnani, com grande felicidade, destaca a categoria nativa “pedaço”