Sherlock e a História
UNESP – Campus de Assis
ISSN: 2178-3683 www.assis.unesp.br/coloquioletras coloquiletras@yahoo.com.br
SHERLOCK HOLMES E DUPIN: PERSONAGENS QUE INSPIRAM O MÉTODO
INVESTIGATIVO NA PESQUISA EM HISTÓRIA
Fábio Martins Bueno
(Mestrando – UEL/Londrina – CAPES)
RESUMO: Essa comunicação pretende apresentar algumas interpretações que os textos literários de Conan Doyle e Edgar Allan Poe provocaram na reflexão sobre metodologia em pesquisa histórica. É convidativo investigar sobre as digressões do historiador italiano Carlo
Ginzburg em torno do paradigma indiciário. Para o historiador, esse paradigma possui o mesmo fundamento que orientou historiadores da arte e pode vir a auxiliar os historiadores contemporâneos, pois, a partir do detalhe, indício, é possível descortinar as estruturas que determinam as relações sociais. Em contrapartida, distanciando das noções de estrutura que cercam o pensamento materialista histórico, o historiador teórico Hélio Rebello propõe o método do detetive de Edgar Allan Poe, Dupin, como inspiração metodológica.
PALAVRAS-CHAVE: Narrativas investigativas; metodologias em história; paradigma indiciário.
1.
Em Sinais: raiz de um paradigma indiciário, Carlo Ginzburg teoriza sobre o método de encontrar nos indícios os caminhos que levam o historiador ao conhecimento verdadeiro ou, no caso do detetive investigador, à identidade do autor do crime. Ginzburg nos fala em seu texto de Morelli, crítico de arte, perito, que publicou com o pseudônimo Ivan Lermolieff alguns artigos sobre a maneira na qual ele identifica a autenticidade de uma pintura. Seu método sugere a observação dos detalhes negligenciáveis da obra de arte, aqueles que nunca são alvos de estudos. A estratégia é trabalhar o olhar naquilo que o falsificador deixou passar, por julgar desnecessário copiar exatamente igual ao legítimo autor, aí está o início do trabalho do pesquisador “indiciário”: chegar aos signos