Serviço social

351 palavras 2 páginas
O “espírito do Anhembi”

Em 2002, na iminência de chegar, enfim, ao governo do Brasil e sob a chantagem frontal do capital financeiro e dos neoliberais, o PT concebeu a “Carta ao povo brasileiro”, com o protagonismo especial de Antonio Palocci. Chamado por André Singer de “espírito do Anhembi”, para caracterizar a nítida instalação de uma direção oposta à do Sion no corpo transido do PT, o documento foi, sem dúvida, mais do que um artifício tático ou uma bela expressão do “espírito da malandragem” do povo brasileiro, algo assim como um drible entre as pernas de um Garrincha diante de um adversário em situação já de desequilíbrio. André está bem certo no sentido de encará-lo como uma moção da ordem contra o “espírito do Sion”, um acerto de compromisso sobre os limites da ação transformadora do PT na futura experiência de governar o Brasil.

Pelo “espírito do Anhembi”, o PT deveria renunciar ao anticapitalismo, à ideia da revolução, ao internacionalismo proletário, ao classismo e, de permeio, ao próprio sentido democrático e popular – ou, no mínimo, suspendê-los sem prazo de validade. Entrariam na linguagem do governo petista questões como respeito ao acordo com o FMI, não renegociação da dívida interna, ajuste fiscal, Lei de Responsabilidade Fiscal, metas de inflação, respeito aos contratos, diagnóstico conservador do chamado “déficit previdenciário”.

Quando se historiciza a “alma do Anhembi”, compreende-se sua emergência como fruto de um processo real de institucionalização do PT (de suas estruturas e, principalmente, de sua base de financiamento), de pressão da cultura neoliberal sobre a cultura petista e, enfim, de uma década de resistência dos movimentos sociais, em particular, do movimento sindical brasileiro diante de uma conjuntura longa de desemprego estrutural. O “espírito do Anhembi” era uma contingência em vias de se tornar destino? André responde sim à primeira pergunta e estabelece uma necessária encruzilhada para responder à segunda. A “alma

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