O SEQUESTRO DO ONIBUS 174 Sandro Barbosa do Nascimento nasceu no Rio de Janeiro em 7 de julho de 1978. Antes de seu nascimento, seu pai biológico abandonou sua mãe assim que descobriu que ela estava grávida. Aos seis anos de idade, Sandro presenciou o assassinato de sua mãe na favela onde moravam. Foi então que ele virou menino de rua e adotou o apelido de "Mancha". Ele acabou se viciando em drogas, roubando para manter seu vício em cocaína. Sandro nunca aprendeu a ler ou escrever, apesar de ter sido mandado para inúmeras instituições de atendimento a jovens delinquentes. Sandro frequentava a igreja da Candelária, onde recebia comida e abrigo. Ali, fez amizade com vários outros menores de rua. No dia 23 de julho de 1993, Sandro presenciou o infame massacre da Candelária, o que tirou a vida de vários amigos. Ele mesmo não ficou ferido no incidente, mas fez várias menções ao massacre durante o sequestro do ônibus 174, o que sugere que o evento o deixou perturbado psicologicamente. É simples entender o porquê da raiva desses cidadãos sem pátria. O Estado prontamente cuida para que quem caia em sua custódia, nas instituições correcionais para menores infratores, presídios ou cadeias, seja humilhado, e tratado como se lixo fosse, não tendo respeitados os seus direitos e garantias fundamentais. Sandro queria muito ser reconhecido, e acabou conseguindo. O filme demonstra claramente o fenômeno da invisibilidade social. A sociedade se nega a ver indivíduos todos os dias. Sandro era um desses, até que resolveu impor a sua vontade de ser notado. A situação se inverte, e todo o país quer ver Sandro. Agora, é ele quem dá as cartas. Ele é o protagonista e diretor de um filme que consiste na vingança do mocinho contra o vilão, a sociedade. A mesma que o achincalhou a sua