SECAS VIDAS SECA1
Raimar Santos da C. Leite Mudar para poder se encontrar
Nas lidas da vida, o homem sertanejo de tanto sofrer, cansado de procurar o seu próprio eu, afligido na ânsia incessante de não se deixar morrer, teme ver exaurir o que tem guardado no seu intimo – a esperança desesperada de não se deixar perder em si mesmo.
“O mundo às vezes fica-me tão insignificativo. [...] eu me sinto perdido [...] desertamente perdido em mim”. (Mário Quintana).
Para definir o espaço no qual se move a pesquisa, busquei ter em vista as características básicas e o processo evolutivo da literatura de Graciliano Ramos, procurando o desenvolvimento da língua, os fenômenos sociais ou culturais do ponto de vista de sua evolução ou sucessão no tempo. A partir de tal constatação, este trabalho pretende realizar-se tomando por base o romance Vidas Secas (1938), onde é mostrado a clareza fluente do romance de trinta, onde entre várias particularidades percebe-se a falta de uma educação adequada tendo como principio a valorização do ser humano, submetendo o próprio homem ao mundo da fome, da seca, da miséria, porque não dizer ao da marginalização apesar de encontra adormecido nas suas entranhas o sonho de felicidade, de vida digna, de realização.
A independência política do Brasil, apesar de ter sido declara formalmente em 1822, todo o século XIX e a primeira metade do século XX foram caracterizados pela colonização cultural e econômica. Assim sendo, às classes não privilegiadas sofreram com o conflito de classes onde trabalhador X proprietário da terra; colonizador X colonizado, levavam-os a existência de condições que lembram o feudalismo, transformando efetivamente a relação proprietário / trabalhador rural numa relação latifundiário / colono ou senhor / servo, na sociedade onde a obra objeto de estudo encontra-se inserida.
Avaliando então em quanto a obra literária do autor escolhido, fui em busca da questão da