Rsenha michelet

4219 palavras 17 páginas
A crise do capital e suas mais recentes estratégias de reprodução em escala ampliada – sentida mais intensamente, no Brasil, a partir da década de 90 do século passado –, tem gerado enormes impactos na questão social contemporânea (MARX, 1984, p. 187)1. A conseqüência desse cenário é visível e repercute diretamente no cotidiano dos assistentes sociais: a reorganização dos estados nacionais, a ênfase em políticas sociais pontuais circunscritas à pobreza absoluta, as densas alterações no mundo do trabalho na era da pós-reestruturação produtiva (que, evidentemente, penalizam o trabalho em favor do grande capital) e o aprofundamento da desigualdade social e de suas múltiplas expressões marcadas pela concentração da propriedade
(considerando as particularidades do capitalismo nacional). Evidentemente que isso, ao mesmo tempo, repõe mecanismos de estabilidade e de instabilidade na ordem burguesa em curso, contradição esta inerente ao metabolismo do capitalismo e necessária à reprodução permanente do capital. Em outras palavras, não estamos diante de uma “nova questão social” (aos moldes de
ROSANVALLON, 1995) ou de “metamorfoses” que abrem espaços para questões e lutas sociais que se fragmentam entre si (CASTEL, 1998). Lidamos, na verdade, com uma questão social que se particulariza, isto é, que possui uma história marcada pelas inerentes contradições que remetem à natureza da propriedade privada (a apropriação privada da produção social) e uma dada historicidade que impõe alterações ao social que precisam ser reconstruídas (como “concreto pensado” - MARX apud FERNANDES, 1989) e enfrentadas coletivamente pelas forças sociais comprometidas com a emancipação humana (MARX, 2005-a).
O Serviço Social, como uma profissão inserida na divisão social e técnica do trabalho
(IAMAMOTO & CARVALHO, 1985), possui uma funcionalidade na gestão das múltiplas tensões sociais cotidianamente enfrentadas pelos assistentes sociais em seus espaços sócio-ocupacionais

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