Revolução Francesa

2. Ao observarmos as análises de Vovelle podemos observar que ele não descaracteriza o conceito de “três revoluções”, considerando essa questão como uma forma de se interpretar a revolução de 89. Porém, para seu entendimento o resultado mostra que a revolução, no final das contas é burguesa, pois foi essa classe da sociedade que se beneficiou com a resolução da questão. Para esse autor as reivindicações se iniciam para principalmente destituir o ancien régime e todas as suas esferas, assim como a chamada “feudalidade”. O feudalismo era o sistema social do antigo regime, e 85% da população francesa se encontrava no mundo camponês, a aristocracia e o clero detinham a grande maioria das terras e as atrocidades contra a maioria da população se perduravam até a segunda metade do século XVII. Essas relações feudais de exploração é a primeira característica a se destituir na sociedade francesa, a segunda trata o modelo estamental erigido pela nobreza; essa sociedade de ordens, dividida em castas era outro obstáculo a ser combatido pela revolução, e o terceiro é o absolutismo que garante a ordem e os privilégios. É por essa razão que Vovelle considera essa questão, pois cada facção da sociedade tinha seus objetivos e seu inimigo comum, assim como os camponeses tinham uma reivindicação contra o sistema feudal, a sociedade urbana estava carente de suas necessidades básicas e lutava pelo melhoramento de suas vidas. E a burguesia, que almejava sua estabilidade no poder tinha uma luta institucional, com mudanças de cunho político. Acredito que análise de Vovelle é feita de forma conjuntural, e essas três características descritas formam o todo; o antigo regime a ser destituído da sociedade francesa. Em um momento de sua análise, Vovelle relativiza o momento histórico, através de uma síntese de resultados se faz uma análise do que foi a revolução. Ao citar Michelet, é observado um certo pessimismo com os resultados finais, pois não houve qualquer tipo de melhora para as