Revolução Cubana, interferência americana
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Não se pode, hoje, falar de ditaduras civis-militares na América latina sem associa-las a experiência cubana de revolução social. A revolução cubana foi de forte impacto na conjuntura internacional da guerra fria, pois, se tratava de uma pequena ilha situada na América central, que vivia sobre forte interferência americana, e que, através de uma guerrilha armada, se livrava do julgo americano e se aproximava da URSS. O impacto político, na América latina, do êxito cubano foi notório. O movimento revolucionário cubano não foi, porém, uma revolução de viés socialista, ela era, no principio, segundo Richard Gott, uma reação à dominação americana na ilha. A aproximação com a URSS se deu alguns anos após a revolução, depois da implementação de diversas reformas sociais e desentendimentos com o governo americano. Com isso Fidel elabora um discurso que ficou conhecido como a Primeira declaração de Havana que denunciava o imperialismo americano, justificava a revolução e indicava que Cuba ajudaria os países da America Latina a se libertarem da dominação do imperialismo norte-americano. A ascensão de um regime socialista a poucos quilômetros da costa americana representava uma derrota do capitalismo e, além disso, representava a perda da hegemonia americana sobre a América latina. A possível “exportação” do processo revolucionário pela América latina comprometia os interesses econômicos do capital internacional e das elites locais, portanto, cabia a elas impedir a penetração do ímpeto da influencia soviética, principalmente, a partir da vitória da Revolução Cubana. Segundo Enrique Serra Padrós,os setores dominantes das sociedades latino-americanas, alinhados aos ditames do capital internacional e da Doutrina de Segurança Nacional, espalhavam e refletiam uma visão anticomunista, associando, frequentemente, o comunismo a ideias de opressão,tirania e barbárie. A identificação de um “inimigo interno” foi uma pratica extensamente usada nos regimes autoritários da América