Revista Pif Paf
Iniciamente, a Pif Paf era uma seção fixa, criada por Millôr Fernandes, para compor a revista O Cruzeiro. A seção humorística durou 18 anos e era assinada por Millôr com o pseudônimo de Vão Gogo. O fim da coluna na revista aconteceu após o autor escrever um especial sobre a verdadeira história do paraíso. A publicação criou uma indignação entre os católicos e logo alcançou a direção da revista. A revista retratou-se com um editorial acusando Millôr de desrespeito e quebra de compromisso de criar um humor inteligente e saudável .
Em 1964, Millôr Fernandes relança a Pif Paf como revista. O projeto da revista foi criado antes do Golpe Militar. Sua linha inicial era a retratação do cotidiano com uma crítica aos costumes. Revista essencialmente humorística e satírica, foi inspirada nos pasquins vigentes no Segundo Reinado. Ter nascido praticamente junto com o início do regime militar deu a revista Pif Paf poder de contestação, desta maneira, logo tornou-se uma revista de caráter político-social.
Juntamente com colaboradores, como Ziraldo, Fortuna, Claudius, Sérgio Porto, Rubens Braga, Antônio Maria e Leon Eliachar, Millôr Fernandes produzia a revista inteira sem nenhum processo profissional de produção. Precariedade que viria se tornar marca registrada da imprensa alternativa no Brasil. Apesar de pouca verba, a revista contava com alta qualidade gráfica e editorial.
Com edição quizenal, Pif Paf durou apenas oito números. A revista não possuía caráter ideológico, mas em todas as edições, valores de liberdade e democracia eram ressaltados. Um de seus colaboradores, o cartunista Claudius Ceccon chegou a ser preso por causa de uma charge publicada na edição número quatro.
Na sua oitava edição, havia uma fotomontagem do general Castelo Branco devorando uma perna do jornalista Carlos Lacerda e um texto que ganhou fama como uma provocação de Millôr – e que posteriormente, seria publicado em umas das edições do jornal O Pasquim:
“Quem avisa,