Retorica

A retórica consiste em língua falada, com poder persuasivo para com o público ao qual se fala, segundo as concepções de Aristóteles. Embora não queiram contradizer as ideias aristotélicas, Perelman Olbrechts-Tyteca buscaram ampliar o conceito com foco na língua escrita, compreendendo minúncias da argumentação. O termo “retórica” teve origem em uma época cuja qual os gregos viviam o começo da democratização e por isso era de grande valia cada qual saber defender seus interesses. Nessa exegese, os que dispunham de facilidade para arguir em público com êxito passaram a trasmitir seus conhecimentos argumentativos e foram denominados sofistas. Os sofistas por sua vez, com o passar do tempo, por sempre conseguirem o que queriam, levaram fama de usar suas estratégias com má-fé, a fim de convencer mesmo que não estivesse dizendo a verdade. O verbo “sofismar” se originou desse contexto e ainda hoje é utilizado tanto quanto nos tempos remotos em que surgiu, ainda envolvido pela mesma eloquencia originária que entusiasma seus interlocutores. É muito atribuído aos advogados, profissionais do direito que utilizam-se de todo e qualquer artíficio, quando os fatos não estão a seu favor, sofismam apelando para técnicas de persuasão associadas ao campo da imaterialidade, onde nada se prova nem se contesta, subjetividades como os sentimentos do ser.
Por tal razão, o discurso dos advogados do Mensalão era ansiosamente aguardado pelo público de toda a nação, por tratar de fato que atingiu e mobilizou a população brasileira. Tanta expectativa resultou em decepção, pois logo ao término dos julgamentos pairavam notícias sobre a má desenvoltura dos advogados atuantes no caso. Este trabalho busca, a partir disso, analisar a composição lexical e os recursos argumentativos utilizados por esses profissionais. Convencer e persuadir tem diferenças tênues onde em uma o emissor apresenta suas ideias a fim de que o receptor pense como ele, e em outra o emissor tem por finalidade que o