Resumo: Saber ver a arquitetura – Bruno Zevi
(Capítulos 1, 2 e 3)
A ignorância da arquitetura
A arquitetura está sendo esquecida pela imprensa e por conta disso, o público não se interessa por ela. Além disso, não existe censura para evitar escândalos urbanísticos e arquitetônicos.
Os arquitetos são, em muitas vezes, incapazes de “espalhar” a mensagem arquitetônica. Ao contrário, não têm paixão, e sim desinteresse pelas obras do passado. A grande maioria dos arquitetos não tem uma cultura que lhes permita entrar no debate histórico e crítico.
É necessária a capacidade de avaliar a arquitetura contemporânea da mesma forma que a antiga. Dessa forma, nos volumes de caráter arqueológico histórico, deveria acrescentar o capítulo sobre arquitetura moderna, e vice-versa, e verificar se os conceitos críticos continuam a ter validade.
Um dos problemas é que os edifícios são apreciados externa e superficialmente, como simples fenômenos plásticos, fazendo a crítica e história da arquitetura não progredirem. Para ver de fato a arquitetura, é necessário clareza de método.
O espaço, protagonista da arquitetura
Há uma falta de hábito das pessoas de entenderem o espaço, que causa a falta de uma história da arquitetura satisfatória. O caráter essencial da arquitetura é agir com um bom vocabulário tridimensional, incluindo o homem. Ou seja, a arquitetura é como uma grande escultura escavada, onde o homem penetra e caminha em seu interior. A arquitetura provém do vazio, do espaço interior em que os homens andam e vivem.
Deve-se compreender que uma planta pode ser bela no papel, mas o edifício pode não ser bom quando construído. Por isso, o espaço interior, que é o protagonista do fato arquitetônico, deve ser conhecido e vivido por experiência direta, é preciso vê-lo para compreender os edifícios.
Em um edifício, o continente é o invólucro mural e o conteúdo é o espaço interior. Ambos têm uma grande diferença, e houve maiores preocupações e trabalho para o invólucro