Resumo Invictus

Esporte e Sociedade
Invictus

ano 5, n.14, mar.2010/jun.2010
Hollanda

Resenha do Filme Invictus
Por Bernardo Borges Buarque de Hollanda
Ficha Técnica:
Título - Invictus
Direção - Clint Eastwood
Atores – Matt Damon e Morgan Freeman
Duração – 133 minutos.
Ano – 2009

O mais novo filme do Clint Eastwood, Invictus (2009), surge em um ano duplamente comemorativo para a África do Sul: os vinte anos de libertação do líder político sul-africano
Nelson Mandela (1990-2010) e a realização da Copa do Mundo de futebol, em sua décima nona edição, a primeira a ter como sede um país do continente africano. Homenagem hollywoodiana à figura que pôs fim à política do apartheid naquele país, o filme baseia-se na obra Playing the enemy: Nelson Mandela and the game that changed a nation, do jornalista inglês
John Carling. Pode-se arriscar dizendo que Invictus constitui uma certa inflexão na obra do diretor norte-americano, dada a ausência da temática esportiva na sua longeva filmografia – à exceção de Menina de ouro (2004) – e dado o acento de introspecção psicológica em sua película anterior, o comovente Gran Torino (2008).
Se Invictus também é capaz de comover, a comoção aqui não parece se dever aos mesmos motivos do filme precedente. Gran Torino testava a capacidade humana de comunicação e solidariedade vicinal, na qual uma família sul-asiática se mostrava capaz de se aproximar do vizinho, um senhor misantropo, protagonizado pelo próprio Eastwood, arredio ao convívio social, no ambiente provinciano do subúrbio de Detroit, nos Estados
Unidos. Já o recém-lançado longa-metragem tem em mira um efeito político mais expressivo. Dir-se-ia que é mais épico e menos lírico, embora não menospreze a sondagem da alma de um “grande homem”. Para além do indivíduo, trata-se da busca pela união e identidade de toda uma nação, após décadas de intolerância racial, cujo enraizamento na cultura e na sociedade deixa marcas que dificultam a sua superação coletiva.
Invictus principia com uma imagem